Inovação
Natural

Surge a 29 de Março de 1958, num modesto pavilhão em madeira com 80m2 levantado pelos próprios sócios a Carpintaria Vale Covo. Adotando o nome do lugar onde se instalara é oficialmente registado a 2 de Maio de 1958, com 3 sócios, sendo Gabriel Oliveira o precursor.

A meados de 1958 já tinha 1 plainador, 1 tupiador, 2 carpinteiros, 2 meios-carpinteiros e 5 aprendizes, consequência da aquisição dos 1ºs equipamentos garlopa, tupia, serra mesa e serra disco.

Com crescimento das obras em Lisboa, paulatinamente, o número de colaboradores foi crescendo. Para aviso de entradas e saídas, foi instalada uma sirene rambor, cujo som se tornou característico na Caranguejeira, marcando ainda hoje socialmente a atividade da vila.

No final da década de 60, deu-se a saída do sócio Manuel Rodrigues. A empresa dava emprego a mais de 50 trabalhadores e as instalações tinham 200m2.

O início das exportações para Franca e Alemanha, justificou a contratação de um tradutor, a compra de um camião para viagens de longo curso e a aquisição de um equipamento de apoio comercial em Lisboa. O contacto com exterior e a presença em feiras internacionais, reforçavam a necessidade de novos equipamentos de forma a conseguir acompanhar as tendências modernistas de mercado. Aquisição de equipamento prensa para produção de portas planas, permitia agora produção diária de 50un.

Os anos 70 acentuaram um rápido crescimento, adquiriu-se o 1º equipamento de secagem de madeira, equipamento para revestimentos de madeira e introduziu-se a contabilidade automatizada, assim como a contratação de mais 10 colaboradores

A instabilidade política resultante do 25 de Abril de 1974, refletiu-se gravemente na construção civil com obras suspensas e canceladas. Revelou-se uma vez mais a forte preocupação altruísta em detrimento da economicista que manteve todos os postos de trabalho sem nunca atrasar salários. Dada a escassez de encomendas, orientou-se a produção para fabrico de tinas, pipas, carros de bois, carroças, grades, pás de forno, enfim tudo o que pudesses ter procura na agricultura.

A justificar os sacrifícios efetuados, existiu uma estabilização socio-económica que permitiu a retoma do setor da construção civil e conclusão de grandes obras, entre outros, o Colégio Mexia em Montemor-o-Novo, Bairro dos militares alemães na base aérea de Beja, bairro da celbi na figueira da foz, edifício RTP na av. 5 de outubro ou Instituto Superior Técnico. O numero de colaboradores eleva-se para 100.

A credibilidade alcançada e a boa organização interna contribuíram sobremaneira para o dinamismo com que a empresa entra na década de 80. Rui Oliveira, entra na equipa comercial e na prospeção de novos mercados, intensificando as exportações para França, Espanha, Alemanha, ou mesmo Japão, numa década em que foi feito o maior investimento de sempre.

Para ampliar a capacidade produtiva, foram construídos novos pavilhões e unidades produtivas, instalação de moderna serração de pinho e madeiras exóticas, novos equipamentos de corte, secagem e junção de folha, tanques cozedura de toros, báscula, capacidade logística. Deu-se inicio à contabilidade informatizada, substituindo o telex pelo fax.

Inicio do corte de folha de madeira.

Acompanhado a dinâmica existente, Rui Oliveira acumula com as funções que já desempenhava, a administração da Emprimade.

Os colaboradores na Valco ultrapassavam os 130 e as vendas anuais chegavam aos 1,7 milhões de contos dos quais 20% de exportação.

Com o falecimento do sócio Henrique Rodrigues a 2 Abril de 1990 verificaram-se problemas de gestão regular e eficiente da sociedade pelos herdeiros, vivendo-se uma década de impasse administrativo, de intensas e trabalhosas argumentações jurídicas.

Reconhecimento de mérito pela EFTA.

Contrariando todos os constrangimentos existentes, a Valco conseguiu centrar o seu core business no setor da produção de portas, roupeiros e placas. Foram introduzidos novos programas de gestão integrada, ligou-se a empresa a internet, instalou-se uma nova caldeira, arrancou-se com secção de acabamentos de produtos e deu-se inicio a produção de painel lamelado.

Consolidou-se o controlo de todas as fases do processo produtivo, desde o abate, serração pinho, serração madeira exótica, produção de folha de madeira, folheamento de placas, produção de portas, carpintaria e acabamentos. Reforçou-se a internacionalização em encomendas para Marrocos, Egito, Angola, Moçambique e Cabo Verde.

Assim a empresas investiu-se num novo pavilhão fabril, 2 perfiladoras, 1 maquina de juntar folha e dois camiões. Foi reconhecida PME Prestigio 1994, 1997 e 1998, no entanto os estrangulamentos administrativos não permitiam que a organização acompanha-se o crescimento económico do pais.

Deu-se finalmente a constituição da Valco enquanto sociedade anónima pelo alienamento da sociedade.

Implementaram-se sistemas produtivos de mecanização de aros e portas, embalagem de portas, uma nova linha de verniz e sistema de qualidade ISO 9001. Reforçou-se a logística pela aquisição de veículos pesados.

Numa empresa que foi precursora na estandardização de produtos, continuam a desenvolver-se soluções que acompanham as novas tendências e necessidade, merecendo destaque produtos como “Ariporta“, marca registada pela Valco, que consiste num kit, que coloca no mercado produto completo porta, aro, guarnição já com acabamento final e respetivas ferragens, pronto a aplicar.

Certificação de produtos, de segmento técnico e especializado, estratégico na resposta à crescente procura e exigência do mercado.

Aquisição de linha de envernizamento por rolo num investimento que representou em 2007 1,5 milhões de euros.

O fundador sempre teve a preocupação genuína com a comunidade, tendo sempre papel ativo nas mais diversas associações como o clube de futebol, filarmónica, lar e centro dia, junta freguesia.

A comemorar os 50 anos existiu uma reestruturação do edifício-sede e showroom, renovação da identidade, do sitio da internet, produção de catálogos, presença em feiras da especialidade. Implementação de sistema de qualidade e formação de higiene, saúde e segurança no trabalho.

As instalações da Valco são a expressão de uma empresa líder no seu setor enquanto maior PME nacional produtora de portas de madeira. A área fabril conta com 65,000m2 e implica atividade de 170 colaboradores, a faturação em 2007 chegou aos 16,5 milhões de euros.

A emprimade afirma-se na comercialização de portas pantografadas, com faturação de 7.5 milhões de euros e 65 postos de trabalho.

A conjuntura económica obrigou a uma reestruturação do grupo, realocando-se produções que estavam duplicadas e realocando colaboradores.

Criou-se a Valco Transportes para maior suporte logístico à atividade produtiva.

Cria-se sucursal e armazém em Franca, a Valco France.

Cria-se sucursal e armazém em Luanda, a Angolmade.

17 Abril 2014 Falecimento fundador Gabriel Oliveira.

Novo investimento para reestruturação logística e expedição, reestruturação de layout da carpintaria e acabamentos.

Faz-se aquisição de linha de Roupeiros 4.0, com investimento num novo pavilhão, novo sistema aspiração, ar comprimido e novo silo. Também marcam o ano os grandes incêndios, que limitam a existência de matéria prima determinante para a normal atividade produtiva.

O Grupo Valco comemora os seus 60 anos.